segunda-feira, 21 de abril de 2008

Chegou a hora da Virada


O dia está chegando: em 26 e 27 de abril, próximo fim de semana, acontecerá em São Paulo a quarta edição da Virada Cultural.
Para quem não mora na cidade e ainda não conhece o evento, a Virada consiste numa extensa programação cultural com 24 horas de duração, espalhada pelo Centro e pelos bairros.
É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que fica até difícil escolher o que assistir. Para que se tenha idéia, só na área musical, a edição deste ano traz os seguintes destaques:
Gal Costa (MPB) - Palco da São João, às 21h
Cesária Évora (Worl Music) - Palco da São João, às 18h (sábado)
Arnaldo Antunes (Rock) - Praça da República, às 14h
Fernanda Takai (Rock) - Esquina da Av. Ipiranga com Rua Araújo (Palco das Meninas), às 17h
Jorge Ben Jor (Samba-Rock) - Palco da São João, às 18h (domingo)
O Teatro Mágico (Rock performático) - Palco da São João, às 9h
Marcelo D2 (Rap) - Palco da São João, às 12h
Zé Ramalho (MPB) - Palco da São João, à 0h
Lobão (Rock) - Praça da República, às 16h
Jair Rodrigues e Zimbo Trio (MPB) - Teatro Municipal (Praça Ramos), às 18h (domingo)
Luís Melodia (Samba) - Teatro Municipal (Praça Ramos), às 18h (sábado)
Ultraje a Rigor (Rock) - Praça da República, às 18h (domingo)
Sérgio Reis (Sertanejo) - Mercado Municipal, às 16h
Em palco montado na Rua XV de Novembro, os amantes da música eletrônica poderão assistir às performances de DJ's consagrados e dançar os hit's do momento. Além disso, haverá discotecagem diretamente em fones de ouvido, distribuídos ao público.
A programação de dança, que acontecerá no Vale do Anhangabaú, terá como destaques:
Corpo de Baile do Teatro Municipal do RJ, com Ana Botafogo - 18h10 (sábado)
Balé da Cidade - 22h30
Índios Pankararus - 5h30
Ballet Stagium - 13h00
Cisne Negro - 17h00
A programação teatral acontecerá na Praça Roosevelt e contará com a participação de:
Os Parlapatões
Os Satyros
Estúdio 184
Os cinéfilos também não foram esquecidos: na praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro Municipal, haverá exibição de filmes do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, em telão, durante o intervalo dos shows.
Já na Galeria Olido, no Largo do Paissandu, acontecerá a Mostra Internacional de Cinema na Virada, com filmes a partir das 18h do sábado até as 16h do domingo.
Quer mais? Tem muito mais em todas as unidades do SESC, no Centro Cultural Vergueiro e nos CEUs. Clique aqui e confira a extensa programação da Virada Cultural de São Paulo. Imperdível.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Hora de trocar preocupação por barro molhado


Já passa de um ano que ocupo meus sábados, manhã e tarde, com a pós-graduação no Instituto de Artes da UNESP. Gostei de muita coisa que aprendi, outras nem cheguei a aprender, mas nada se compara às sensações que a disciplina “Cerâmica, criatividade e panorama histórico” têm me proporcionado. Ministrada pela professora-doutora Geralda Dalglisch, a “Lalada” como ela gosta de ser chamada, a disciplina propõe um conhecimento da arte ceramista para além dos registros históricos e de sua importância antropológica – conforme sugerido no título –, exigindo vivência da arte, o que significa, literalmente, pôr a mão na massa.
No começo não achei nada divertido, mas concordei em comprar os 10 kg de argila necessários para as primeiras experiências, além de pincéis, azulejos, colher, barbante, tesoura e outros apetrechos. Na primeira aula prática fiquei meia hora olhando o material e as ferramentas, sem a menor disposição para começar. Aliás, começar o quê?? Não tenho nenhuma habilidade com as mãos e nem paciência para criar formas que mereçam ser admiradas. Apesar do incentivo dos colegas, optei pela fuga. Isso mesmo: aquele monte de barro me intimidou.
Na semana seguinte, lá estava a argila me esperando e então não tive opção senão encará-la. Comecei com raiva, decidido a fazer o que fosse necessário para acabar logo com aquilo. Para meu desespero, descobri que o primeiro trabalho não utilizava nem 20% do torrão molhado pelo qual paguei R$ 20,00. E agora? A única saída era pensar em outras peças para gastar a argila o mais rapidamente possível. Mas aí, epa! não é que comecei a gostar? Sem mais nem menos, me flagrei pensando em comprar mais argila para continuar a brincadeira em casa – criar objetos, compor mosaicos, imitar formas, modelar, experimentar... enfim, reviver as tardes de sábado no ateliê da pós, em que uma preocupação se torna maior que todas, mais importante e mais urgente, expulsando as demais: a preocupação com a forma a ser dada ao barro molhado que tenho diante de mim.
Nunca pensei em ser artista. Acho que nunca serei, pois não tenho jeito para a coisa. Mas confesso que essa história de, de vez quando, trocar um monte de preocupações por um monte de barro, está me seduzindo...

A quem possa interessar: o lato sensu “Fundamentos da Cultura e das Artes” é oferecido pelo Instituto de Artes da UNESP a cada dois anos. Mais informações podem ser obtidas na página do Instituto:
www.ia.unesp.br.