domingo, 4 de outubro de 2009

Falta alma ao Ballet de Marseille

A apresentação do Ballet National de Marseille é um belo espetáculo pelos cenários e figurinos e pela boa iluminação. Praticamente só por isso. Embora os dançarinos atuem com precisão, apresentando o sincronismo que se espera de um grupo de dança, falta um pouco de vibração. Se os dançarinos vibram pouco, a plateia reage também com pouco entusiasmo, como se dissesse que esperava "algo mais".

Frédéric Flamand, diretor e coreógrafo do grupo, foi convidado pelo governo francês para assumir o Ballet de Marseille depois de uma bem sucedida trajetória à frente da companhia belga Plan K, fundada por ele próprio. Posteriormente, assumiu a direção do Ballet Royal de Wallonie, que rebatizou para Charleroi/Danses. O texto de apresentação do espetáculo informa que Flamand gosta de explorar o espaço e a arquitetura em suas coreografias, o que fica evidente no espetáculo Métamorphoses apresentado no Teatro Alfa de São Paulo, em curta temporada de 2 a 4 de outubro. Na primeira parte, uma representação do começo da vida e de seu desenvolvimento, com toda a sua complexidade, seus dilemas e crises. Na iluminação, predomina um asséptico branco. Em seguida, uma fase industrial, com sons mais pesados, pouca iluminação e cores vibrantes nos figurinos, formando o ponto alto do espetáculo juntamente com a fase seguinte, tecnológica. Cenários e figurinos são assinados pelos irmãos designers brasileiros Humberto e Fernando Campana.

De fato é um belo espetáculo que, provavelmente, cativou muitas plateias na Europa. Entretanto, na terra do samba, é preciso mais que coreografia perfeita e figurinos modernos para conquistar as plateias. É preciso dançar com o corpo e com a alma.

Em tempo: a apresentação do Ballet National de Marseille faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil.

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