sábado, 9 de fevereiro de 2008

Trair e nem se coçar

Um dia desses, na semana passada, decidi dar uma parada no centro para conferir os filmes em cartaz. Expediente desnecessário, pois nas salas aonde gosto de ir pode-se encarar praticamente qualquer filme sem nem olhar o nome e a ficha técnica. Quase sempre são filmes ótimos. Refiro-me às salas do roteiro cult paulistano, dos quais fazem parte o Cine HSBC Belas Artes, o Reserva Cultural e o Unibanco Arteplex, entre outros. Aliás, como toda regra tem exceção, neste último espaço tive o azar de embarcar numa tremenda roubada, ao aceitar um convite para assistir o pseudo-documentário “O Segredo, homônimo do caça-níquel editorial lançado quase simultaneamente com o filme. Fora isso, nunca me arrependi de nenhum filme exibido nestas salas.

Pois bem: lá fui ao Belas Artes. Escolhi o filme na base do “papai-mandou” e acabei assistindo ao belíssimo “A quase verdade”, longa francês do diretor Sam Karmann, classificado como comédia (não ri muito) e lançado em 2007.

Não é nenhuma grande produção e nem se trata daqueles filmes que não se pode passar a vida sem assistir. A história baseia-se nos desencontros amorosos de um grupo de personagens que amam ou nutrem fortes desejos por pessoas próximas, invariavelmente comprometidas. É um filme de gente que trai sem dor na consciência. A grande sacada é conseguir dizer que a infidelidade pode ser um mau negócio, sem embarcar nos batidos discursos moralistas. Apesar de despretensioso, faz o espectador sair do cinema pensando na vida – o que não significa que não seja divertido. Vale a pena.

Nenhum comentário: